Malba-Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires
O Malba é uma, das mais importantes, obra cultural da Argentina recente. É mais conhecido como Museu Costantini, em reconhecimento ao empresário argentino do setor financeiro Eduardo Costantini, que investiu 40 milhões de dólares para construir um edifício que abrigasse sua importante coleção de arte latino-americana. Para isso, adquiriu um terreno no luxuoso bairro de Palermo.
Jorge Glusberg, organizador das bienais internacionais de arquitetura de Buenos Aires, propôs a convocação de um concurso de anteprojetos para o museu.
Além dele, participaram do júri estrelas da arquitetura mundial, como os britânicos Norman Foster e Kenneth Frampton, o argentino Cesar Pelli, o suíço Mario Botta, o alemão Josef Kleihues, a mexicana Sara Topelson (então presidente da UIA), Terence Riley, do Moma, e o espanhol Enric Miralles, falecido em 2000.
Além dele, participaram do júri estrelas da arquitetura mundial, como os britânicos Norman Foster e Kenneth Frampton, o argentino Cesar Pelli, o suíço Mario Botta, o alemão Josef Kleihues, a mexicana Sara Topelson (então presidente da UIA), Terence Riley, do Moma, e o espanhol Enric Miralles, falecido em 2000.
Realizado, em 1997, o concurso recebeu mais de 450 trabalhos, vindos de 35 países. Os vencedores foram três jovens (na época com menos de 30 anos) arquitetos argentinos, Alfredo Tapia, Martín Fourcade e Gaston Atelman, com proposta que combina tecnologia, volumetria simples e imagem atemporal.
Inaugurado em 20 de setembro 2001, um ano turbulento tanto para o país como internacionalmente, simbolizado pelo ataque terrorista a Nova York, em 11 de setembro que transformaria as relações humanas em todo mundo.
O concurso coincidiu com a inauguração do Guggenheim de Bilbao, que marcava uma nova ideologia sobre os edifícios para museus, mais expressivos, quase competindo com a obra exposta, No caso do Malba ocorreu exatamente o oposto, no qual os protagonistas deviam ser as obras, e não o edifício, mas que particularmente aprecio muito a edificação como um todo, esculturalmente marcante.
O edifício tem arquitetura simples e atemporal, mas a complexa resolução tecnológica inclui todas as instalações necessárias a um museu do século 21. O desenho priorizou os espaços interiores, o que resultou na volumetria revestida com pedra natural, de onde se destacam apenas os panos de vidro de alta tecnologia.
O espaço protagonista é o grande átrio, com 20 metros de altura, que abriga as circulações, escadas e elevador. Os autores decidiram abrir o átrio envidraçado para uma via lateral e voltar o auditório para a praça. O natural seria abrir o edifício para a praça, mas a orientação oeste, com o sol muito forte à tarde, é inimiga das obras de arte. Além disso, a rua lateral, muito tranqüila e arborizada, livra o visitante do ruído da cidade.
Com isso, criou-se um acesso interessante, que parte da avenida de trânsito veloz, ruidosa, e passa por um hall relativamente baixo, de 4,5 m de altura. Do hall atinge-se o átrio, com luz natural e vista para a rua lateral.
Externamente, grandes prismas revestidos de placas de pedra natural, de geometria despojada, que se justapõem com planos envidraçados, dando a impressão de estar apenas apoiados neles. O sofisticado desenho estrutural reforça o contraste entre esses planos, com reflexos e transparências em contraposição aos encorpados volumes maciços.
Os planos envidraçados delimitam espaços públicos que abrigam atividades complementares mas vitais para o museu. Eles se organizam ao redor de um grande vazio central, como um hall, tomando como referência as diferentes características de cada uma das fachadas do entorno do museu. No acesso estão a recepção e a livraria, em frente de uma grande esplanada que se volta para a avenida frontal à fachada institucional.
A biblioteca e um jardim externo de esculturas orientam-se para uma via tranqüila e arborizada.
O bar-café e o auditório com capacidade para 300 pessoas abrem-se para o grande espaço verde da praça, integrando-se a ela por meio de um deque de madeira, como se fosse um terraço.
As áreas de exposição e os espaços públicos constituem a alma do museu: a concepção e a organização desses setores definem tanto a imagem exterior como o caráter do edifício. Ele contém uma série de grandes salas, que podem ser divididas em galerias de dimensões adequadas aos distintos formatos das obras da coleção Costantini, em constante crescimento.
As salas destinadas a mostras transitórias não admitem distrações visuais: são caixas brancas que obedecem a padrões técnicos internacionais, com disposição estratégica que permite a entrada de luz natural matizada e gera um clima propício à contemplação das obras de arte.
Esses espaços se alternam com outros, concebidos como remansos para o encontro das pessoas e a circulação entre as distintas mostras.
Nestas, diferentes aberturas contribuem para a orientação do museu e, com vistas singulares do entorno imediato, apresentam a paisagem urbana em condições similares às das pinturas.
Ficha Técnica: Museu de Arte Latino-Americana
Local: Buenos Aires, Argentina
Área construída: 8 565,30 m2
Projeto: 1999
Conclusão da obra: 2001
Arquitetura:AFT Arquitectos - Gaston Atelman, Martín Fourcade e Alfredo Tapia (autores); Lucas Acuóa, Ignacio Herrera, Gustavo Boffi, Bárbara Sibila, Federica Williner, Maitena Martinez e Pablo Williner (colaboradores)
Co-direção técnica: Estudio MSGSSS - Carlos Sallaberry e Alejo Perez Monsalvo
Coordenação de programação: Guillermo Sambresqui
Representante técnico do contratante: Cesar Silva Alcorta
Construção: Gerlach Campbell Construcciones
Estrutura: Fragueiro & Novillo e Soubié & Fernández
Fachadas-cortina: Ove Arup & Partners; Guillermo Marshall (assessor na obra)
Termomecânica: Julio Blasco Diez
Hidráulica: Díaz, Dorado, García & Otero
Iluminação: Piero Castiglioni
Acústica: Sanchez Quintana
Elétrica, prevenção de incêndio, controles inteligentes, segurança, dados e áudio: Ricardo Marco