quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Malba - Buenos Aires


Malba-Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires

O Malba é uma, das mais importantes, obra cultural da Argentina recente. É mais conhecido como Museu Costantini, em reconhecimento ao empresário argentino do setor financeiro Eduardo Costantini, que investiu 40 milhões de dólares para construir um edifício que abrigasse sua importante coleção de arte latino-americana. Para isso, adquiriu um terreno no luxuoso bairro de Palermo.

Jorge Glusberg, organizador das bienais internacionais de arquitetura de Buenos Aires, propôs a convocação de um concurso de anteprojetos para o museu.
Além dele, participaram do júri estrelas da arquitetura mundial, como os britânicos Norman Foster e Kenneth Frampton, o argentino Cesar Pelli, o suíço Mario Botta, o alemão Josef Kleihues, a mexicana Sara Topelson (então presidente da UIA), Terence Riley, do Moma, e o espanhol Enric Miralles, falecido em 2000.

  

Realizado, em 1997, o concurso recebeu mais de 450 trabalhos, vindos de 35 países. Os vencedores foram três jovens (na época com menos de 30 anos) arquitetos argentinos, Alfredo Tapia, Martín Fourcade e Gaston Atelman, com proposta que combina tecnologia, volumetria simples e imagem atemporal.

Inaugurado em 20 de setembro 2001, um ano turbulento tanto para o país como internacionalmente, simbolizado pelo ataque terrorista a Nova York, em 11 de setembro que transformaria as relações humanas em todo mundo.




    

O concurso coincidiu com a inauguração do Guggenheim de Bilbao, que marcava uma nova ideologia sobre os edifícios para museus, mais expressivos, quase competindo com a obra exposta, No caso  do Malba ocorreu exatamente o oposto, no qual os protagonistas deviam ser as obras, e não o edifício, mas que particularmente aprecio muito a edificação como um todo,  esculturalmente marcante.

O edifício tem arquitetura simples e atemporal, mas a complexa resolução tecnológica inclui todas as instalações necessárias a um museu do século 21.  O desenho priorizou os espaços interiores, o que resultou na volumetria revestida com pedra natural, de onde se destacam apenas os panos de vidro de alta tecnologia.
 




     

O espaço protagonista é o grande átrio, com 20 metros de altura, que abriga as circulações, escadas e elevador. Os autores decidiram abrir o átrio envidraçado para uma via lateral e voltar o auditório para a praça. O natural seria abrir o edifício para a praça, mas a orientação oeste, com o sol muito forte à tarde, é inimiga das obras de arte. Além disso, a rua lateral, muito tranqüila e arborizada, livra o visitante do ruído da cidade.
 


 
 Com isso, criou-se um acesso interessante, que parte da avenida de trânsito veloz, ruidosa, e passa por um hall relativamente baixo, de 4,5 m de altura. Do hall atinge-se o átrio, com luz natural e vista para a rua lateral.



 

Externamente, grandes prismas revestidos de placas de pedra natural, de geometria despojada, que se justapõem com planos envidraçados, dando a impressão de estar apenas apoiados neles. O sofisticado desenho estrutural reforça o contraste entre esses planos, com reflexos e transparências em contraposição aos encorpados volumes maciços.



   
Os planos envidraçados delimitam espaços públicos que abrigam atividades complementares mas vitais para o museu. Eles se organizam ao redor de um grande vazio central, como um hall, tomando como referência as diferentes características de cada uma das fachadas do entorno do museu. No acesso estão a recepção e a livraria, em frente de uma grande esplanada que se volta para a avenida frontal à fachada institucional.

 
A biblioteca e um jardim externo de esculturas orientam-se para uma via tranqüila e arborizada.


O bar-café e o auditório com capacidade para 300 pessoas abrem-se para o grande espaço verde da praça, integrando-se a ela por meio de um deque de madeira, como se fosse um terraço.






As áreas de exposição e os espaços públicos constituem a alma do museu: a concepção e a organização desses setores definem tanto a imagem exterior como o caráter do edifício. Ele contém uma série de grandes salas, que podem ser divididas em galerias de dimensões adequadas aos distintos formatos das obras da coleção Costantini, em constante crescimento.

As salas destinadas a mostras transitórias não admitem distrações visuais: são caixas brancas que obedecem a padrões técnicos internacionais, com disposição estratégica que permite a entrada de luz natural matizada e gera um clima propício à contemplação das obras de arte.

 
 


Esses espaços se alternam com outros, concebidos como remansos para o encontro das pessoas e a circulação entre as distintas mostras.

Nestas, diferentes aberturas contribuem para a orientação do museu e, com vistas singulares do entorno imediato, apresentam a paisagem urbana em condições similares às das pinturas.
 
 
 Ficha Técnica:  Museu de Arte Latino-Americana
Local:  Buenos Aires, Argentina
Área construída:  8 565,30 m2
Projeto:  1999
Conclusão da obra:  2001
Arquitetura:AFT Arquitectos - Gaston Atelman, Martín Fourcade e Alfredo Tapia (autores); Lucas Acuóa, Ignacio Herrera, Gustavo Boffi, Bárbara Sibila, Federica Williner, Maitena Martinez e Pablo Williner (colaboradores)
Co-direção técnica:  Estudio MSGSSS - Carlos Sallaberry e Alejo Perez Monsalvo
Coordenação de programação:  Guillermo Sambresqui
Representante técnico do contratante:  Cesar Silva Alcorta
Construção:  Gerlach Campbell Construcciones
Estrutura:  Fragueiro & Novillo e Soubié & Fernández
Fachadas-cortina:  Ove Arup & Partners; Guillermo Marshall (assessor na obra)
Termomecânica:  Julio Blasco Diez
Hidráulica:  Díaz, Dorado, García & Otero
Iluminação:  Piero Castiglioni
Acústica:  Sanchez Quintana
Elétrica, prevenção de incêndio, controles inteligentes, segurança, dados e áudio:  Ricardo Marco

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Casa Moderna - Buenos Aires


Casa moderna em Buenos Aires

Projetada pelo escritório argentino Andres Remy Arquitectos, essa casa moderna  e  bem iluminada em Buenos Aires em um terreno de formato irregular, além das linhas retas, no qual o conceito minimalista  foi reforçado pela integração dos ambientes e pela pouca variação de materiais de revestimento com a predominancia do branco, com pouquíssimos elementos coloridos empregados apenas na decoração. 


 A fachada com grandes panos de vidro integra o interior da casa com a piscina, que parece abraçar a sala. Tanto o exterior quanto o interior da casa são brancos, apenas as esquadrias são pretas.

 São duas piscinas que formam um “L” contornando a casa, uma maior na frente e uma pequena, de hidromassagem, na lateral, integrada com a varanda.


 Enormes degraus revestidos em mármore carrara formam o caminho de entrada à residência, cercados por grama e canteiros. Na área de lazer, a casa parece emergir da água, entre piscina e espelhos d’água.



Além das piscinas, dois espelhos d’água fazem parte da arquitetura da casa. Um deles divide a sala da varanda e o outro é o ponto central da sala, ao mesmo tempo que cria um recuo para a escada que leva à área íntima.

 O espelho d’água que fica na sala recebe uma cascata que vem do segundo andar sobre uma enorme placa de vidro. Deve ser uma delícia o barulhinho da água caindo… 

 A porta pivotante preta se destaca no mármore carrara que reveste os degraus da entrada. Uma parede revestida com pedra-ferro filetada se destaca. Ela divide o hall da sala e vai até a área da piscina, formando um muro.  A pedra rústica criou um contraste muito interessante com o estilo da casa e dos outros materiais empregados.

 Aqui a parede revestida em pedra de outro ângulo, separa a piscina da entrada da casa,  dando privacidade.

 O revestimento escolhido para o piso de toda casa foi o mármore carrara, que é predominantemente branco, com apenas alguns veios acinzentados. É um material bem sofisticado e que combinou muito com o estilo da casa, reforçando a proposta do interior completamente branco.


As poltronas em tecido vermelho se destacam. Já a sala de jantar, ao fundo, ficou neutra no ambiente todo branco.


A cozinha também é completamente branca, destacando um balcão em silestone verde.


O quarto de casal também segue a linha minimalista e os detalhes em preto se destacam no ambiente todo branco.

sábado, 20 de agosto de 2011

Puerto Madero - Buenos Aires

Puerto Madero – Buenos Aires                                             

Reconhecida como o novo cartão postal de Buenos Aires, a paisagem de Puerto Madero é a uma das prediletas dos milhares de turistas que visitam ésta cidade repleta de boas atrações. Os boulevares e as pontes proporcionam uma das melhores panorâmicas da capital portenha. As antigas docas transformadas em restaurantes dão um charme muito especial. Depois de uma bela refeição, caminhar sem pressa pelo calçadão de Puerto Madero. Sentar-se em um dos bancos na beira dos diques para admirar a vista do rio. Um dos melhores lugares para aproveitar um romântico e belo pôr-do-sol na bela Buenos Aires.


Caminhar pelo sofisticado bairro de Puerto Madero na capital argentina é encantar-se com a modernidade e imponência das edificações. Na zona portuária, é como ir de encontro a uma paisagem única do Rio da Prata com os antigos armazéns do cais totalmente restaurados. O antigo porto da capital argentina renovado e charmoso, é um dos pontos turísticos mais visitados de Buenos Aires.

Quem hoje vista Puerto Madero, um dos mais audaciosos e bem-sucedidos projetos de renovação urbanística do mundo, não imagina que o lugar tenha começado com um grande erro, no final do século 19. Foi quando ficou clara a vocação agroexportadora da Argentina e surgiu a polêmica sobre onde deveria ser construído o porto para dar vazão aos grãos e carnes produzidos nos pampas.
Puerto Madero em 1900
Embora a opção mais racional fosse alargar o Canal de Riachuelo, no bairro proletário de La Boca, venceu o projeto de um rico comerciante do Centro, Eduardo Madero. Ele propôs e, graças a amigos influentes, conseguiu construir uma série de diques em frente ao centro da cidade, onde havia um lamaçal.
Canal de Riachuelo
Madero ganhou bons pesos vendendo terras em torno de seu empreendimento, mas, em pouco tempo, a faraônica empreitada, de 35 milhões de pesos-ouros na época, provou-se ineficiente também pela mudança de calado dos navios já maiores no início do século e os 16 prédios das docas foram abandonados.
Puerto Madero em 1910

Somente um século depois, precisamente em 1989, a cidade voltou a olhar para o porto e seus prédios de estilo inglês, tentando consertar o equívoco. E dessa vez, deu certo. O projeto, de mais de 2 bilhões de dólares, transformou a zona decadente em uma convidativa orla. Os antigos armazéns de tijolos vermelhos foram totalmente restaurados e se tranformaram em escritórios, residências, academias, bares, conjuntos de cinemas e restaurantes. 
Puerto Madero  1989
Até o final da década de 80, Puerto Madero era um porto degradado com a maioria dos galpões do século passado abandonada. A solução para desatolar a área foi encontrada no governo de Carlos Menem. Após investimentos públicos e privados na recuperação e reforma da área, a região tornou-se um dos pontos turísticos e de negócios mais importantes de Buenos Aires. A restauração e refuncionalização dos antigos armazéns são vistas como um dos projetos mais importantes na valorização do espaço público em uma cidade da América Latina.

Prédios de estilo inglês na década de 80

Puerto Madero se tornou um charmoso bairro. Seu calçadão, de frente para o rio, é muito procurado por turistas e moradores, inclusive de outros bairros da cidade. Já é um clássico em Buenos Aires almoçar em um dos inúmeros restaurantes de parrillas de frente para o dique e ali tomar uma cerveja Quilmes, tão amada pelos portenhos.
 


As obras públicas de infra-estrutura como drenagem, esgotos, serviços, pavimentação do cais, equipamentos urbanos, jardins e áreas verdes foram financiadas pelo leilão dos terrenos edificáveis. No início desse processo de revitalização da área, o empresariado relutou em fazer investimentos no local.

Hoje, as principais empresas preferem se instalar em Puerto Madero devido à sua localização e a um número significativo de edifícios residenciais. O metro quadrado custa em torno de três mil dólares, o que explica o alto custo de vida nesta região.


Os armazéns, instalados ao longo de um quilômetro, com fachada de tijolo, foram restaurados e receberam modificações como janelas, clarabóias, telhados e terraços. Os turistas e moradores de Buenos Aires têm a garantia de uma grande concentração de restaurantes, bares, fábricas, hotéis, além de agitada vida noturna.
Concentração de restaurantes, bares

UCA Puerto Madero
Os três últimos armazéns são ocupados pela Universidade Católica- UCA o que proporciona uma alta circulação de jovens. Namorados são muito comuns nos bancos dos decks num ambiente bucólico misturado aos bem conservados guindastes amarelos. É comum encontrarmos casais saboreando o tradicional chimarrão e desfrutando da paisagem portenha. A ponte de pedestres, El Puente de la Mujer, completa a cenografia da área.

Puente de la Mujer
Localizada no Dique 3, a ponte é uma obra do arquiteto espanhol Santiago Calavatra, foi inaugurada no ano 2001. O desenho é uma síntese da imagem de um casal dançando tango (poesia de arquiteto). Trata-se de um calçadão de 170 metros de cumprimento, por 6 metros de largura, dividido em três secções: duas fixas em ambas as margens, e uma central móvel que gira em cima de uma estrutura de concreto, que permite, em menos de dois minutos, a passagem de embarcações livremente. Esta secção central é sustenta por uma agulha de aço com centro de cimento de 39 metros de altura. Da agulha em diagonal penduram-se os cabos que sustentam a secção pivotante.
Estive lá em julho - muito frio.
 Agora usufrua das belas perspectivas que Puerto Madero proporciona aos seus visitantes.